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Aqui você pode ler mais a respeito de algumas prevalentes doenças oftalmológicas. São informações básicas, por favor, entre em contato para informações mais aprofundadas.
BURACO MACULAR

O buraco macular é caracterizado pela formação de um orifício no centro da mácula, que é a parte central da retina. A formação deste buraco ocorre de maneira espontânea na maioria dos casos, e em boa parte deles encontramos ao exame de tomografia de coerência óptica, o OCT (vide menu de exames do site), uma fina membrana que encontra-se fortemente aderida à superfície da mácula e que causa um esticamento ou tração nos bordos do buraco macular, sendo então a provável causa do buraco de mácula.

Os sintomas iniciais podem ser o aparecimento de distorções, ondulações, abaulamentos ou tortuosidades na visão central. Essa visão distorcida caracteriza-se por uma percepção de tortuosidade nas formas e contornos de objetos conhecidos.

Posteriormente, ocorre o aparecimento de uma pequena mancha ou falha localizada bem no centro da visão, no local da visão que utilizamos para ler para palavras em um livro, por exemplo.

Os buracos maculares podem ser completos ou parciais(lamelares). Os buracos lamelares preservam a camada principal da retina, a camada das células visuais, os fotorreceptores, e causam leve a moderada baixa de visão, podendo por vezes serem apenas acompanhados pelo oftalmologista. Os buracos completos, por sua vez, causam uma baixa de acuidade visual moderada a grave e tem indicação cirúrgica para seu tratamento. A cirurgia indicada é a vitrectomia posterior com retirada da membrana limitante interna + implante de gás intra-ocular(vide menu de tratamentos do site).

O prognóstico visual de um buraco macular completo depende de seu tamanho(diâmetro), duração de sua existência e de características anatômicas do buraco observados ao exame de tomografia de coerência óptica, o OCT (vide menu de exames do site).

CATARATA

A catarata é uma doença ocular extremamente frequente e uma das maiores causadoras de cegueira no mundo. Ela é tratável nos dias de hoje por uma cirurgia sofisticada, delicada, rápida e de alta tecnologia(vide menu tratamentos).

O cristalino é uma componente interno do nosso olho que tem a função de focalizar os objetos para os quais olhamos. A catarata é uma opacificação, que gera perda de transparência do cristalino.

Com o passar dos anos, o cristalino vai se tornando amarelado, talvez exercendo um mecanismo natural de proteção contra a penetração de determinados tipos de luz no interior de nossos olhos. Este amarelamento inicial do cristalino, vai tornando-o opaco com o passar do tempo, transformando-o numa estrutura menos transparente do que ele deveria ser para proporcionar uma visão nítida, cheia de contrastes e cores vivas.

A causa mais comum de aparecimento de catarata é a idade. Outras causas são a catarata congênita, a catarata precoce em pacientes diabéticos e usuários de corticóides e a catarata ligada a doenças do metabolismo. A catarata pode ainda ser decorrente de traumatismos oculares, inflamações oculares como as uveítes e secundárias a cirurgias prévias intra-oculares.

Os sintomas frequentes do aparecimento da catarata são a baixa de acuidade visual, o aparecimento progressivo de dificuldades em ambientes com incidência de raios solares, dificuldade para dirigir à noite, diminuição na vivacidade das cores e dos contrastes.

Outro achado sugestivo de progressão da catarata é o aumento da miopia em pacientes já míopes ao redor dos 50/60 anos ou, inversamente, o aumento progressivo da hipermetropia em pacientes desta mesma faixa etária.

CERATOCONE

Ceratocone é uma doença bilateral que ocasiona deformidade e afinamento na córnea, transformando a córnea em um formato de cone. Como consequência, o paciente percebe imagens distorcidas e embaçadas.

O diagnóstico é realizado no exame oftalmológico, auxiliado por exames complementares da córnea, como por exemplo, a topografia corneana.

O tratamento do ceratocone depende do estágio em que a doença se encontra. Inicialmente são tentados óculos, depois lentes de contato e por fim, se necessário, é realizado tratamento cirúrgico, que inclui: implante de anel intraestromal, crosslinking ou transplante de córnea em casos mais avançados.

CORIORRETINOPATIA SEROSA CENTRAL

A coriorretinopatia serosa central é uma doença caracterizada por pontos de vazamento de fluido situados na área da mácula(centro da retina). Estes pontos de vazamento ocorrem na coróide, que é a camada vascular situada logo abaixo da retina. O fluido que vaza se acumula frequentemente em baixo da retina, causando um descolamento seroso(por fluido) da retina ou um também um edema macular. Pode ainda causar um descolamento do epitélio pigmentar da retina, que é a camada que separa a retina da coróide. Múltiplas teorias tentar explicar o como e o por quê do acontecimento destes pontos de vazamento. A doença atinge mais frequentemente pacientes do sexo masculino adultos, de 35 a 45 anos de idade, e com traços comportamentais de ansiedade extrema, autocrítica e autocobrança exacerbadas. Este traço comportamental é descrito como personalidade do tipo A.

Os sintomas do aparecimento da doença são embaçamento visual central, visão tortuosa dos objetos e percepção de diminuição no tamanho das imagens no olho acometido. Flashes de luz no centro da visão podem também ocorrer.

O suspeita e eventual confirmação diagnóstica é realizada no momento do mapeamento de retina. O exame de angiofluoresceinografia mostra com precisão os pontos de vazamento de contraste. O exame de tomografia de coerência óptica mostra o tamanho e as características anatômicas do descolamento da retina.(vide menu de exames do site). O tratamento consiste na eliminação dos pontos de vazamento com fotocoagulação à laser focal. Quando o ponto de vazamento é na fóvea (centro da mácula) ou próximo dela, devemos observar ou mesmo considerar métodos de tratamento alternativos ao laser, como a aplicação de produtos dentro do olho.

A doença geralmente melhora de maneira relativamente rápida (algumas semanas) e o prognóstico visual é bom, com exceção feita aos casos crônicos ou com múltiplos episódios de ocorrência.

DEGENERAÇÃO MACULAR RELACIONADA À IDADE

A degeneração macular relacionada à idade, chamada de DMRI, é um grave problema que acomete a mácula, a porção central da retina. A mácula é a porção da retina que utilizamos ao ler um livro, ao olhar nos olhos das pessoas, ao escrever, ou seja, é o centro do campo visual e é a parte principal da visão.

As proporções mundiais que esta doença tem tomado – devido a uma sobrevida cada vez maior das pessoas – são enormes. Ela já é a principal causa de baixa irreversível de visão em países desenvolvidos.

Muitos são os fatores que podem ter envolvimento no aparecimento da DMRI. Fatores genéticos, raciais, ligados ao sexo, assim como fatores ambientais como tabagismo e exposição demasiada à luz e radiação ultravioleta.

Fatores clínicos como obesidade, hipertensão arterial sistêmica e dislipidemia (colesterol e triglicérides aumentados) podem aumentar o risco de degeneração macular.

A DMRI tem algumas formas diferentes de aparição no olho, que podem ser simultâneas ou sobrepostas ao longo do tempo.

A forma mais comum (85% dos casos) é a forma atrófica ou caracterizada por drusas.

Nesta forma, a baixa de acuidade visual é lenta e às vezes a perda visual central é leve.

Porém, quando a forma atrófica acomete de maneira extensa e profunda a mácula, a visão pode ser afetada de maneira muito significativa.

A forma exudativa ou úmida corresponde a 15% dos casos, e é caracterizada pela presença de uma membrana composta por vasos chamada de membrana neovascular sub-retiniana, localizada em baixo da retina. Essa membrana cresce progressivamente sob a mácula, causando descolamento da retina ou de sua base nutridora chamada epitélio pigmentar. A cicatrização desta membrana leva a uma grande perda de células responsáveis pela visão.

Os sintomas iniciais de uma DMRI podem ser uma baixa lenta e progressiva na visão central, principalmente nos casos de DMRI atrófica ou caracterizada por drusas.

Os sintomas mais repentinos, abruptos e agudos são mais frequentemente associados à forma exudativa da doença, onde existe uma membrana neo-vascular sub-retiniana.

Estes sintomas podem-se caracterizar por uma queda abrupta na visão devido ao aparecimento de uma mancha na parte central da visão ou pelo aparecimento abrupto de uma visão central distorcida por ondulações, abaulamentos ou tortuosidades. Essa visão distorcida caracteriza-se por uma percepção de tortuosidade nas formas e contornos de objetos para os quais olhamos diretamente. Exemplos disto são uma ondulação vista no bordo de uma porta ou na superfície de uma mesa. Letras distorcidas são comumente relatadas pelos pacientes.

O tratamento de determinadas fases da DMRI, como a caracterizada por drusas, consiste na utilização de vitaminas via oral e autoexame preventivo em casa através de uma tabela de Amsler, que é um papel contendo uma grade de linhas paralelas e perpendiculares que serve para detecção precoce de alterações causadas por uma membrana neovascular sub-retiniana.

O tratamento atual para a forma exsudativa consiste na aplicação de agentes antiangiogênicos, ou anticorpos monoclonais, dentro da cavidade vítrea. Estes agentes fazem com que o crescimento da membrana neovascular diminua ou cesse durante alguns meses. O tratamento modula a progressão da doença, mantendo a membrana com uma diminuição de sua atividade metabólica normal e com uma boa parcela de casos onde ocorre uma melhora ou estabilização da visão.

DESCOLAMENTO DE RETINA

A retina é a camada mais interna da parede ocular, ou seja, ela reveste a parte interna da cavidade ocular, como uma câmara em uma bola de futebol.

As luzes ou imagens que vemos atravessam o olho todo e acabam se projetando na retina. A retina recebe as imagens e as transforma em estímulos elétricos que são enviados ao cérebro através do nervo óptico. As células da retina que transformam luz em estímulo elétrico são chamadas de fotorreceptores.

Quando a retina se descola da parede do olho, estes fotorreceptores entram em sofrimento e acabam perdendo sua vitalidade de maneira irreversível após alguns dias ou poucas semanas.

O descolamento de retina ocorre quando o vítreo, que é a gelatina que preenche a parte de trás do olho, entra em baixo da retina, ou seja, infiltra-se e entre a retina e a parede do olho.

Os descolamentos podem ocorrer espontaneamente ou como conseqüência de impactos ou lesões no olho. Eles acontecem nos pacientes míopes numa freqüência muito maior do que nos não míopes.

Os sintomas do descolamento de retina mais freqüentemente relatados são a visão de flashes de luz ou raios luminosos no campo de visão, a presença de manchas escuras móveis no campo de visão, chamadas de moscas volantes e o aparecimento de uma grande área de visão embaçada em uma parte do campo de visual.

Em casos de descolamentos causados por um rasgo na retina, chamado também de rotura de retina, a correção do descolamento é feita através de uma cirurgia que oclui e fecha esta rotura, impedindo o vítreo de continuar passando através dela. Na cirurgia, é feita não somente a oclusão da rotura, mas também a drenagem do fluido que se encontra sob a retina.

Com a retina novamente colada, os fotorreceptores param de sofrer e podem voltar a funcionar novamente caso ainda tenham vitalidade residual suficiente.

Na cirurgia de descolamento, utilizamos laser ou crioterapia para cauterizar as roturas e preenchemos o olho com gás ou com óleo de silicone, para preservar a retina colada até que a cauterização consiga cicatrizar e fechar definitivamente a rotura da retina.

DESCOLAMENTO DO VÍTREO POSTERIOR E/OU MOSCAS VOLANTES

Os sintomas do descolamento do vítreo posterior assemelham-se aos do descolamento de retina. Os sintomas mais frequentemente relatados são a presença de manchas escuras móveis no campo de visão, chamadas de moscas volantes que podem estar associados à visão de flashes de luz ou raios luminosos no campo de visão.

Os raios de luz ocorrem pelo fato de que o vítreo é aderido à retina como uma fita adesiva se adere a um papel. No processo de descolamento, o vítreo vai aos poucos se descolando, como um adesivo se descola de um papel, e a cada vez que ocorre uma pequena tração ou “puxada” do vítreo na retina, a retina envia um sinal luminoso ao cérebro. Esta tração pode ocasionar um rasgo na retina, podendo levar a um descolamento de retina. Por isso, na presença destes sintomas, é necessário o exame oftalmológico com mapeamento de retina para que o médico se certifique que o descolamento do vítreo não causou também um descolamento de retina.

O descolamento do vítreo ocorre, pois o vítreo, que é a gelatina que preenche o olho, vai tornando-se líquido com o passar dos anos. Este processo faz com que haja uma perda da sua sustentação, levando a seu desprendimento da superfície da retina. Ocorre então a visão de pequenos pontos escuros semitransparentes, móveis, que ficam dançando e seguindo a direção do olhar. Alguns pacientes descrevem estes pontos como pequenas bolinhas escuras, outros como pequenas minhocas ou fios, outros ainda como uma teia de aranha móvel.

O descolamento do vítreo não precisa ser tratado e seus sintomas apresentam uma tendência de diminuição dentro de algumas semanas ou meses.

Nos pacientes míopes, o descolamento vítreo tende a ocorrer mais precocemente do que nos pacientes não míopes.

EDEMA MACULAR

O edema macular caracteriza-se pela presença de fluido entre as camadas da retina central(mácula), chamada tecnicamente de retina neurossensorial, como se fosse um inchaço deste tecido. Este fluido se acumula em pequenas lacunas císticas de líquido entre as camadas da retina, num espaço onde não deveria existir líquido, levando a uma desorganização anatômica e sofrimento da retina, que a longo prazo pode levar a uma perda de vitalidade do tecido da mácula.

As doenças e causas de edema macular são várias, e tem como ponto comum um vazamento de líquido de dentro para fora dos vasos da retina ou de sua camada nutridora, a coróide. Este líquido pode se acumular dentro da retina causando o edema de mácula, ou em baixo da retina causando um descolamento seroso de retina por acúmulo de fluido de vazamento.

As doenças mais frequentemente causadoras de um edema de mácula são a retinopatia diabética, as oclusões venosas retinianas, a degeneração macular relacionada à idade (DMRI), a coriorretinopatia serosa central, as uveítes e as condições inflamatórias pós cirurgias oculares. Um edema macular pode acontecer também por uma membrana epirretiniana ou Síndrome de tração vítreo macular causando grande tração na região da mácula (vide menu de doenças do site). O tratamento consiste no combate à causa do edema. Se causado por tração, na remoção cirúrgica da tração. Se causado por doenças que causam vazamentos vasculares, como acima descrito, o tratamento consiste em corrigir as áreas e pontos de vazamento, através de fotocoagulação à laser focal ou tratamentos com produtos injetados dentro da cavidade vítrea que possuam o intuito de diminuir a passagem de líquido de dentro para fora dos vasos acometidos pela doença em questão.

GLAUCOMA

O glaucoma é uma lesão da cabeça do nervo óptico e das fibras nervosas que o compõem. Há uma tendência de aumento na escavação central da cabeça do nervo óptico em pacientes com glaucoma.

O maior fator de risco para o aparecimento e progressão do glaucoma é uma pressão intraocular elevada, embora existam também casos de glaucoma onde a pressão intraocular é normal. Os valores normais de pressão intraocular situam-se entre 10 e 21 mmHg.

O glaucoma crônico de ângulo aberto é o tipo mais comum de glaucoma. Ele evolui de maneira silenciosa e costuma causar sintomas apenas em fases avançadas da doença. Os sintomas causados pelo glaucoma crônico são uma perda de campo visual que começa na periferia da visão e que conforme a doença vai avançando, atinge também as partes centrais da visão com diminuição de sensibilidade da retina à luz e às imagens.

Em um paciente com suspeita ou diagnóstico de glaucoma, devem ser realizados exames preventivos e/ou diagnósticos de glaucoma como estéreo-foto de papila, campimetria visual, medida da camada de fibras nervosas da retina através da tomografia de coerência ótica (OCT), curva tensional diária e paquimetria (vide menu de exames do site). Testes provocativos e de ingestão hídrica também fazem parte dos exames diagnósticos para o glaucoma.

A maneira atual de tratamento do glaucoma é através da realização do controle rígido da pressão intraocular. A maneira de se saber se a pressão ocular está controlada consiste em várias medidas da pressão ocular, em diferentes horários do mesmo dia. Este exame é chamado de curva tensional diária (vide menu de exames do site).

Em casos de glaucoma diagnosticado ou de forte suspeita de glaucoma, a pressão intraocular pode ser diminuída através do uso de diversos colírios ou mesmo através da realização de cirurgias antiglaucomatosas.

GLAUCOMA AGUDO

O glaucoma agudo é uma urgência oftalmológica. Ele se caracteriza por um abrupto e grande aumento da pressão intraocular, normalmente com valores acima de 40 mmHg.

Os sintomas são dor intensa, vermelhidão, embaçamento visual e uma pupila dilatada e paralisada. A dor é tão intensa que pode vir acompanhada de náuseas e vômitos.

Os fatores de risco para o glaucoma agudo são a presença de uma característica anatômica dentro do olho que leva ao risco de fechamento do ângulo que fica entre a íris e a córnea, na divisão entra a área branca e a colorida do olho. Chamamos esta característica de ângulo oclusível, ou seja, com potencial a se ocluir/fechar.

Quando este ângulo fecha, a drenagem do líquido que se encontra dentro do olho é interrompida, levando a um grande aumento da pressão ocular.

As características deste chamado ângulo oclusível podem ser:

• um ângulo entre a íris e a córnea mais estreito, logo levando a risco de fechamento como descrito acima.

• uma crista de elevação na parte mais externa da íris, próxima do ângulo de drenagem, chamada de “íris em plateau”, sendo esta crista um fator de risco para fechamento do ângulo nos momentos onde há dilatação pupilar.

• uma interrupção na corrente do fluido intraocular que passa da parte de trás para a parte da frente da íris. Esta interrupção acontece pelo contato da íris com o cristalino gerando um “bloqueio pupilar” e formação de uma bolsa de líquido atrás da íris que a projeta para a frente chamada de “íris bombée”.

Uma condição de risco para glaucoma agudo é um cristalino muito inchado, que devido às suas grandes dimensões, “empurra” a íris para frente, levando ao risco de fechamento do ângulo de drenagem ou mesmo de bloqueio pupilar e íris bombée.

O tratamento para crises de glaucoma agudo consiste na administração de medicações via endovenosa, via oral, colírios e eventualmente iridotomia à laser de urgência, se a condição ocular permitir.

Em pacientes com crises prévias ou grande risco anatômico de desenvolver um glaucoma agudo, uma pequeno e microscópico orifício com o uso de laser pode ser realizado na íris, próximo ao ângulo para prevenir crises de glaucoma. Este procedimento chama-se iridotomia à laser (vide menu de tratamentos do site).

MEMBRANA EPIRRETINIANA

As membranas epirretinianas consistem em uma película que se forma sobre a superfície interna da mácula, que é o centro da retina. Elas são fortemente aderidas à superfície macular. As membranas epirretinianas acontecem mais comumente após os 50 anos de idade e em grande parte dos casos tem associação com um descolamento do vítreo posterior (vide item doenças no site).

As membranas epirretinianas muitas vezes não causam sintomas e são encontradas como um “achado de exame” pelo oftalmologista no momento de fundo de olho. Nestes casos onde a membrana é pequena e não causa sintomas, ela pode ser apenas observada pelo médico oftalmologista.

Os sintomas que podem ser causados pela presença de uma membrana epirretiniana geralmente são lentos e progressivos, caracterizados por uma baixa de visão ou visão central distorcida por ondulações, abaulamentos ou tortuosidades. Essa visão distorcida caracteriza-se por uma percepção de tortuosidade nas formas e contornos de objetos para os quais olhamos diretamente. Um exemplo disto é uma ondulação vista no bordo de uma porta ou na superfície de uma mesa. Letras distorcidas são comumente relatadas pelos pacientes. Em função das queixas do paciente e do nível de baixa de visão, uma decisão conjunta entre médico e paciente é tomada em relação à possibilidade de observação ou à retirada cirúrgica da membrana epirretiniana.

OCLUSÃO DE RAMO DE VEIA CENTRAL DA RETINA (ORVC)

A oclusão de um ramo da veia central da retina (ORVC), chamada também de trombose de ramo venoso, é um entupimento(oclusão) de uma das ramificações da veia retiniana que realiza toda a drenagem da circulação da retina. Existem 4 ramos venosos da veia central da retina: o ramo temporal-superior, o ramo temporal-inferior, o ramo nasal-superior e o ramo nasal-inferior.

Como a oclusão de ramo de veia central ocorre geralmente apenas em um ramo da veia, apenas a área da retina drenada por este ramo venoso é acometida, e por consequência, há um grande colapso circulatório em toda área da retina drenada pelo ramo ocluído.

Esta trombose ocorre provavelmente em um ponto de estreitamento do ramo venoso devido a um cruzamento com uma artéria.

Os fatores predisponentes à oclusão de ramo de veia retiniana são a presença de fatores predisponentes à aterosclerose como hipertensão arterial, diabetes mellitus, tabagismo e dislipidemia (aumento de colesterol e triglicérides).

O paciente pode perceber um embaçamento súbito ou rapidamente progressivo da visão no olho acometido, porém se o ramo ocluído não for responsável pela drenagem da mácula, a trombose pode ser assintomática.

O diagnóstico é realizado ainda no consultório, no momento do mapeamento de retina.

Um exame de angiofluoresceinografia mostra o nível de comprometimento circulatório retiniano nestes casos e a eventual presença de edema de mácula. O exame de OCT, quando indicado, confirma e mostra o tamanho do eventual edema de mácula.

Muito cuidado deve ser tomado para se evitar o aparecimento de neovasos, pequenos vasos que se formam rapidamente, alguns meses após a trombose, na tentativa de estabelecer uma circulação colateral para suprir a retina acometida pela trombose. Tudo deve ser feito para se evitar esta complicação, pois o surgimento destes vasos pode gerar hemorragias vítreas e mesmo descolamento tradicional de retina.

O tratamento, quando indicado, consiste em fotocoagulação à laser e eventual aplicação de produtos dentro do olho para combater o grave edema de mácula que pode ocorrer nestes casos.

O prognóstico visual costuma ser ruim nos casos de oclusão de ramo de veia central que acometem de maneira significativa a mácula. Nos casos de oclusão de ramos que não atingem a mácula, o prognóstico costuma ser bom se feita a prevenção do desenvolvimento dos neovasos de retina acima citados.

OCLUSÃO DE VEIA CENTRAL DA RETINA (OVCR)

A oclusão de veia central da retina (OVCR), chamada também de trombose de veia central, é um entupimento(oclusão) do ramo principal da veia retiniana que realiza toda a drenagem da circulação da retina. O ramo principal da veia central reúne o sangue proveniente dos 4 ramos venosos da retina: o ramo temporal-superior, o ramo temporal-inferior, o ramo nasal-superior e o ramo nasal-inferior.

Como a oclusão de veia central ocorre no seu ramo principal, todos os 4 ramos secundários são acometidos por consequência e um grande colapso circulatório acontece em toda a retina.

Esta trombose ocorre provavelmente em um ponto de estreitamento onde a veia central penetra na cabeça do nervo óptico, na região da placa crivosa.

Os fatores predisponentes à oclusão de veia central são a presença de glaucoma e de fatores predisponentes à aterosclerose como hipertensão arterial, diabetes mellitus, tabagismo e dislipidemia (aumento de colesterol e triglicérides).

O paciente costuma perceber um embaçamento súbito ou rapidamente progressivo da visão no olho acometido.

O diagnóstico é realizado ainda no consultório, no momento do mapeamento de retina.

A quantidade de visão apresentada pelo paciente no momento do diagnóstico é um fator importante de gravidade da doença e no prognóstico visual futuro.

O exame de angiofluoresceinografia mostra o nível de comprometimento circulatório retiniano nestes casos e a eventual presença de edema de mácula. O exame de OCT confirma e mostra o tamanho do eventual edema de mácula.

Muito cuidado deve ser tomado para se evitar o aparecimento de um tipo de glaucoma chamado glaucoma neovascular, que é grave e secundário ao sofrimento retiniano generalizado causado pela falta de sangue após a oclusão. O glaucoma neovascular pós oclusão de veia central de retina costuma aparecer 3 meses após a oclusão. Tudo deve ser feito para se evitar esta complicação.

O tratamento, quando indicado, consiste em fotocoagulação à laser e eventual aplicação de produtos dentro do olho para combater o grave edema de mácula que pode ocorrer nestes casos.

O prognóstico visual costuma ser ruim nos casos de oclusão de veia central de retina, com poucos casos de boa visão a longo prazo.

RETINOPATIA DA PREMATURIDADE

A retinopatia da prematuridade (ROP) é uma doença que acomete recém-nascidos prematuros em variáveis graus de intensidade e, consequentemente, de gravidade. Tende a ser mais grave – e potencialmente causadora de cegueira – quanto mais baixas forem a idade gestacional e o peso do recém-nascido.

A vascularização da retina completa-se quando a criança ainda está no útero materno, ao redor da 36º semana de gestação. O aparecimento da retinopatia da prematuridade está ligada ao tamanho da área da retina que ainda encontra-se sem vascularização no momento do nascimento.

Esta retina sem vascularização inicia uma produção desenfreada de fatores como o Vascular Endothelial Growth Factor (VEGF) entre outros, que causam o aparecimento de múltiplos pequenos vasos mal formados e extremamente agressivos no bordo entre a retina já vascularizada e a retina imatura, sem vasos.

Estes vasos retinianos crescem desordenadamente em direção ao corpo vítreo, no interior do olho, causando tração na retina e levando com um grave e irreversível descolamento tracional fibrovascular de retina, cujo prognóstico cirúrgico e visual é ruim mesmo nos melhores centros mundiais de oftalmopediatria.

A retinopatia é classificada em graus que variam de 1 a 5 de acordo com as características da linha da fronteira entre as retinas vascularizada e avascular. É também classificada em zonas que variam de 1 a 3 em função do posicionamento e extensão da área de retina avascular.

O mais importante fator, de acordo com as últimas tendências e artigos da literatura, é a presença da Doença Plus, um aumento no calibre e na tortuosidade dos vasos retinianos, que tende a ter uma forte relação com a progressão da doença nestas crianças. A literatura tende a indicar tratamento em ROPs ainda grau 2 com doença plus ou qualquer ROP em zona 1, próximas à mácula

A eliminação da retina não vascularizada é o único tratamento consagrado no sentido de deter o avanço da ROP. Ele consiste na total cauterização da área retiniana sem vascularização através de intensa fotocoagulação à laser, com o auxílio de introflexão escleral feita pelo próprio cirurgião, garantindo tratamento de toda a retina avascular até sua extrema periferia.

Quando indicado, o tratamento deve realizado nas 72 horas após sua indicação, o que os guidelines mundiais chamam de GPP (good practice points).

O acompanhamento e revisão são feitos nas primeiras 72 horas pós tratamento, para verificar a regressão da Doença Plus e decidir sobre um eventual retratamento, e após constatada a regressão da doença, a criança é vista semanal ou quinzenalmente até os 2 primeiros meses de idade corrigida. O acompanhamento estende-se até o primeiro ano de vida.

Equipe, infraestrutura e equipamentos necessários para o tratamento da ROP

Para um adequado tratamento da ROP, necessita-se de um ambiente familiarizado com procedimentos anestésicos de recém-nascidos de alto risco e também de um oftalmologista treinado e familiarizado com as peculiaridades do exame e tratamento de recém nascidos.

Por ser um ato cirúrgico não invasivo, não é necessário um centro cirúrgico, e o tratamento atual pode realizar-se no próprio ambiente de UTI neonatal, sempre sob anestesia geral de curta duração e monitorização por parte de um anestesista familiarizado com recém-nascidos

RETINOPATIA DIABÉTICA - DIABETES MELLITUS E O OLHO

O diabetes é uma doença que atinge progressivamente os pequenos vasos do corpo humano, ou seja, a microcirculação. O olho é um dos órgãos-alvo do diabetes, juntamente com os rins, o coração e o sistema nervoso.

A manifestação mais grave do diabetes nos olhos é a retinopatia diabética, que é causada pela progressiva lesão dos pequenos vasos, dando origem à formação de microaneurismas na microcirculação retiniana, que podem levar a pequenos vazamentos localizados chamados de edema retiniano. Quando este edema se situa na mácula, que é a porção central da retina, é chamado de edema macular. O edema é o acúmulo de fluido dentro das camadas da retina, causado pelo defeito vascular citado acima.

Progressivamente, além dos pontos de edema, a lesão dos pequenos vasos pode gerar áreas de falta de irrigação, chamadas de áreas de má perfusão. Normalmente, estas áreas localizam-se na retina periférica, longe do centro da visão. Estas áreas de falta de irrigação geram a formação de pequenos vasos chamados de neovasos de retina, que de maneira frágil e desorganizada, tentam irrigar colateralmente as áreas de má circulação.

Estes neovasos rompem-se facilmente, podendo levar a uma hemorragia intraocular chamada de hemorragia vítrea, que pode levar a uma baixa de visão repentina. Uma das complicações tardias mais temidas destes neovasos é o descolamento da retina, causado pela tração destes neovasos no tecido da retina.

As lesões descritas acima podem ocorrer, usualmente, após alguns anos do início do diabetes. No diabetes de início tardio, chamado de diabetes tipo 2, que começa normalmente sem uma necessidade iminente de uso de insulina, devemos fazer um exame de mapeamento de retina ou fundo de olho na época do diagnóstico, pois nem sempre podemos precisar com clareza a data do início da doença.

Nos pacientes diabéticos é muito frequente a queixa de um embaçamento visual no momento do diagnóstico e nos episódios de grande variação glicêmica. Esta baixa de visão é devida a uma alteração nas dimensões e no formato do cristalino, como consequência da variação glicêmica. Nestes casos, a visão tende a voltar ao normal algumas semanas após o controle glicêmico.

Outro acometimento ocular do diabetes é o estrabismo, por acometimento dos nervos que controlam os movimentos oculares. Este estrabismo pode ser temporário e levar alguns meses para um retorno à normalidade.

O exame oftalmológico com mapeamento de retina é obrigatório para pacientes com diabetes mellitus como prevenção da retinopatia diabética.

O controle glicêmico diário e o monitoramento da hemoglobina glicada são as únicas formas eficazes de prevenção da retinopatia diabética, assim como de outras complicações do diabetes em diversas partes do corpo.

TOXOPLASMOSE OCULAR

A toxoplasmose ocular é um tipo de uveíte, ou seja, uma inflamação da úvea, causada por um parasita, um protozoário, chamado toxoplasma gondii. A úvea é a camada responsável por grande parte da vascularização interna do olho.

Este parasita pode ser adquirido pelo paciente ainda na sua fase de vida fetal, caso a mãe venha a ter uma infecção aguda por toxoplasmose na gestação.

Muitas pessoas apresentam, na vida adulta, um ataque de toxoplasmose ocular de uma infecção que na verdade foi contraída no útero materno, ou seja, antes mesmo de nascer.

Os casos de infecção materna por toxoplasmose durante a gravidez, além de poderem causar toxoplasmose ocular ao feto, podem levar também a graves problemas cerebrais para a criança.

As fezes do gato, quando o animal está infectado, podem servir como meio de disseminação para o protozoário que causa a doença.

As formas de contágio pós-nascimento são por meio da ingestão da carne de porco mal cozida, alimentos contaminados ou água contaminada.

Os sintomas da toxoplasmose ocular são embaçamento visual, aparecimento de moscas volantes no campo visual e olho vermelho. Dor também pode ocorrer.

Dependendo da localização do foco infeccioso na retina, o paciente pode ter sua visão prejudicada de maneira definitiva, como nos casos de focos de toxoplasmose na mácula ou próximos ao nervo óptico. A toxoplasmose pode causar um grande processo inflamatório dentro do olho, podendo levar a uma forte cicatrização, com distorção ou eventualmente descolamento da retina.

A maneira de diagnosticar-se a doença é através de um exame oftalmológico completo combinado com uma confirmação através de exames de sangue (sorologias).

O tratamento atual consiste na administração de antibióticos via oral associados a anti-inflamatórios potentes, para minimizar as sequelas da infecção.

Um tratamento cirúrgico não está excluído caso meses após o término da inflamação e do tratamento da infecção ocular, ainda persista um embaçamento devido a um comprometimento do vítreo (geleia que preenche o olho).

RETINOPATIA DIABÉTICA

A retinopatia diabética (RD) é o acometimento estrutural da retina decorrente de níveis glicêmicos elevados. A detecção precoce da RD é importante, pois ela causa perda irreversível da visão. A retinopatia diabética é dividida em níveis de severidade que são influenciados pelo controle glicêmico da doença e do tempo de existência dela. Inicialmente, a RD causa alterações vasculares como microdilatações de capilares retinianos e hemorragias.

Nesse período, a maior causa de perda visual é de corrente de edema macula – ressalta-se que nesse estagio a doença pode ser totalmente tratável por injeções intra-vitreas e fotocoagulação à laser (abaixo esta um exemplo de um paciente com edema macular decorrente de RD que foi tratado com injeções intra vítreas).

Com a evolução da doença, os vasos retinianos sofrem um processo de fechamento com isquemia vascular. A fim de melhorar a perfusão vascular do fundo de olho, novos vasos são formados sobre a retina (essa fase é denominada de retinopatia diabética proliferativa). Os vasos podem causar tração e descolamentos de retina. Nessa fase o tratamento é mais difícil através de fotocoagulação à laser e vitrectomia. Abaixo há um exemplo de retinopatia diabética proliferativa

Edema de disco óptico

O edema de disco representa um inchaço da cabeça do nervo óptico e pode ser ocasionado por muitas doenças. Dentre elas podemos destacar as causas inflamatórias (neurite ópticas) causas compressivas (tumores do nervo e de sua bainha) e infeciosas (inflamações retinianas próximas ao disco como toxoplasmose).

Uma importante causa é a hipertensão intra craniana – que pode ser causa por obstruções na drenagem do liquor (liquido que recobre o cérebro e a medula).

Há também a hipertensão intracraniana que não apresenta causa denominada de idiopática (abaixo estão alguns exemplos de edema de disco ocasionado por vários tipos de doenças)

Tumores de hipófise

Lesões expansivas da glândula hipófise estão frequentemente associadas À perda visual, principalmente no campo visual temporal de cada olho. A perda ocorre, pois existe intima relação entre os nervos ópticos e a glândula hipófise numa região denominada quiasma óptico.

A avaliação oftalmológica seriada com campimetria e da quantificação da perda de neurônios pode ajudar na decisão do melhor tratamento da doença.

Abaixo segue um exemplo de uma lesão expansiva da glândula hipófise que causou importante perda visual e recuperação após o tratamento cirúrgico

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